Uma indicação do nosso irmão Tony Alves
Uma indicação do nosso irmão Tony Alves
Esses são os troféus que nosso dirigente, Ivo de Carvalho, conquistou nos Festivais de Cantigas de Umbanda ao longo de anos dedicado à Umbanda.
Peço licença ao meu amigo Marcos Andrade para publicar seu ponto texto, sobre nossas queridas entidades pretos e pretas velhas. Com esse ponto, prestamos a nossa singela homenagem ao guia espiritual da nossa tenda, Pai Mané de Aruanda.
ME FALES MAIS DESSA ESTRELA
(Marcos Andrade)
Me dê licença de usar tua bengala;
Meu preto-velho, quem está cansado sou eu.
Deixe, vovô, eu me sentar no teu banquinho;
Tanta pedra no caminho,
Tanta dor!
Tanto doeu!
Te lembras daqueles dias de esperança,
Quando eu era tão criança,
Te escutando no terreiro?
Dizias: “Filho, tua benção será vinda,
Tua estrela é muito linda;
Ela clareia o mundo inteiro”
Vovô, me fales mais dessa estrela.
Por favor, me deixes vê-la;
Eu já não aguento a treva.
Quero um abrigo, um repouso na jornada;
Se prossigo a caminhada é porque a fé ‘inda me leva.
Tua força tão serena
É miúda na aparência,
Mas eu creio, preto-velho,
No poder da tua essência.
Luz de Aruanda,
Aceites meu canto de jongo.
Adorei as almas santas;
Eu te saúdo, oh, Rei Congo!
Falamos e cantamos algumas palavras nos nossos terreiros e não sabemos o que significam. Existe uma específica (entre tantas outras) que sempre me chamou atenção: a palavra AGÔ.
Segundo o Dicionário de cultos Afro-brasileiros de Olga Gudolle Cacciatore o significado da palavra é:
Pedido de licença, usado nos terreiros, por entidades e crentes, originária dos vocábulos iorubá – “àgó” que por sua vez vem de “yàgo” – dê-me permissão (termo usado pelos pedestres ou saudação à porta de uma casa, cuja resposta é “agòó yá o” – que significa: entre)
Existem um ponto assim:
Agô, Agô, Agô Meu pai No terreiro de Umbanda Quem tem fé Não cai Só balança Quem é filho de fé Quem não tem fé Não balança não E é por isso Que eu te peço Agô, Agô, Agô Agô meu pai!Fomos consultados por um irmão do Espírito Santo sobre como tocar atabaque sem machucas as mãos. Levei o pedido para o nosso dirigente Ivo de Carvalho, resolvemos fazer umas demonstrações através de vídeos. Nosso dirigente quer deixar claro que não é Ogãn, como Tião Casemiro e Márcio Barravento, mas tem paixão pelos atabaques, portanto o que ele apresenta nesse vídeo é sua vivência singela, não é um curso e nem pretende que seja o certo, pois cada um tem uma técnica para tocar. Mas acho que vale a pena conferirem as dicas que ele nos deixa.
Para assistir a primeira parte do vídeo clique AQUI
A segunda parte, clique AQUI
Li esse texto e achei conveniente e pertinente dividi-lo com os amigos que nos acompanham e nos leem.
O ponto riscado é um fundamento que nasceu juntamente com a religião de Umbanda. Mais do que simples desenhos, os pontos riscados são símbolos sagrados, além de ser um dos elementos que demonstram a autenticidade da incorporação.
A entidade que realmente está incorporada em seu médium deve passar seu ponto riscado e/ou ponto cantado os quais serão confirmados pela entidade chefe da casa.
Não existe entidade na Umbanda que não risque ponto. De Exu à Ibeijada todas as entidades, se entidades de verdade, devem riscar e firmar seu ponto.
É através dele que a entidade indica sua origem e linha de trabalho e busca as energias para o cumprimento de sua missão.
Obviamente que um médium em desenvolvimento não terá suas entidades riscando ponto da noite para o dia. Assim como o desenvolvimento mediúnico, é algo a ser trabalhado a longo prazo, pois, só se risca o ponto completo a entidade que está “firme”, ou seja, que já tem um domínio maior sobre a matéria do médium.
O médium em desenvolvimento, muitas vezes sem notar, passa por inúmeras experiências. Às vezes aparecem símbolos em sua mente, sonham com pontos riscados e cantados, etc. Essas experiências nada mais são do que a espiritualidade preparando o médium para o desenvolvimento. Como já foi tratado em inúmeros textos, o desenvolvimento mediúnico não ocorre apenas dentro do terreiro, mas ele é constante em nossas vidas. Por tal razão o médium deve estar sempre em sintonia com a espiritualidade, a fim de contribuir para o próprio progresso.
Quando se vê “médiuns” em que suas “entidades” tremem ao riscar o ponto, ou “rabiscam” a tábua com símbolos indefinidos ou até mesmo se negam a riscar o ponto, é um evidente sinal que seu desenvolvimento ainda não está completo. Que ainda possuem uma consciência que interfere na vontade entidade.
A entidade quando de fato incorporada, risca sem medo e sem dúvida, pois ela conhece o ponto a ser riscado. Falta nas situações apontadas acima, sintonia entre o médium e sua entidade e até mesmo o próprio desenvolvimento do médium.
O médium jamais deve forçar sua entidade a nada. Muitas vezes o médium na pressa de “se desenvolver” realiza atos que apenas o irão expor. Quando chegado o momento de riscar seu ponto a entidade irá fazer sem qualquer hesitação. Qualquer interferência do médium na incorporação é prejudicial, mesmo nos casos da mediunidade tida por consciente.
Muitas vezes, a entidade, quando entende que já chegou momento, começa seu ponto, com, por exemplo, uma flecha, uma folha, um raio, etc., e o deixa aberto. Não se trata do seu ponto riscado, mas sim de seu começo. Com o passar do tempo ela irá completando até dizer que está pronto. O circulo ao redor da tábua se dá apenas após a confirmação do ponto, sendo, geralmente, feito pela primeira vez pela própria entidade chefe.
Já os médiuns graduados, estes já passaram pelo desenvolvimento inicial, por isso suas entidades riscam por completo sem qualquer hesitação. Se a hesitação houver, é sinal que seu desenvolvimento também não foi completo ou está inadequado para a formação que possui.
Dessa forma, verifica-se que apenas após a entidade riscar seu ponto e ele for confirmado pelo guia chefe da casa, é que a entidade estará de fato incorporada. Por essa razão é totalmente equivocado a utilização de materiais pela entidade antes de sua confirmação.
Por exemplo, utilização de capa e chapéu para exu, bengala para preto velho, bicos e enfeite para as crianças, ciganos, etc., por “entidades” que não riscaram o ponto. Ora, se ela não riscou ponto, não se sabe quem é, não se sabe se de fato é a entidade ou se a própria cabeça de médium. Nem todo Exu usa capa! Nem todo preto velho usa bengala! Nem toda criança usa enfeites e bico! Por essa razão esses elementos só poderão ser utilizados pelo médium em que a entidade riscou e teve seu ponto confirmado, pois somente aí ELA poderá escolher de fato os elementos que deseja utilizar em seu trabalho e não o médium.
Também é desaconselhado o médium em desenvolvimento procurar na internet pontos riscados ou comprar os famigerados livros de pontos riscados. O ponto riscado é algo individual de cada entidade. Mesmo que duas entidades pertençam a mesma falange, como por exemplo, do Caboclo Sete Flechas, raramente o ponto dessas entidades serão idênticos. Haverá sim semelhanças, mas cada espírito terá suas peculiaridades.
O ponto riscado, como dito acima, virá com naturalidade, com o tempo e não da noite para o dia como pensam alguns. A pressa só atrapalhará o sadio desenvolvimento do médium.
O médium não deve se sentir menosprezado por que sua entidade não riscou ponto. O desenvolvimento mediúnico não é igual para todos, pois cada pessoa possui a mediunidade em um determinado nível sendo alguns mais aguçados que outros. Como dito acima, deve ter paciência e buscar o correto desenvolvimento passo a passo.
Os pontos riscados além de identificar a entidade, poderão ser utilizados para descarregos, firmezas, amacis, cura, segurança, etc. São pontos que a entidade, após sua confirmação, utilizará em seus trabalhos. Cada símbolo, cada risco tem um significado o qual deve ser explicado pela entidade que o risca.
Esse é um fundamento que não deve se perder! Nasceu com a Umbanda e nela deve permanecer. Têm-se relatos de terreiros que se dizem de Umbanda, em que não se é riscado ponto. Trata-se de completo absurdo! O fato de não se riscar ponto está abrindo campo para mistificações, além de comprometer a própria segurança da casa.
Para encerrar, como sempre é dito em nossa casa, para exemplificar a importância do ponto riscado: “sentar no chão, comer doce e pedir benção é fácil, qualquer um faz sem precisar estar incorporado! Mas riscar seu ponto, confirmá-lo e dar seu ponto cantado, apenas as verdadeiras entidades irão fazer!”
“Umbanda tem fundamento e é preciso preparar!”
Postado por TENDA DE UMBANDA FILHOS DA VOVÓ RITA
Fonte: http://filhosdavovorita.blogspot.com.br/2012/06/o-ponto-riscado.html
Nosso dirigente, Ivo de Carvalho, será homenageado em um evento da Umbanda
II Oscar da Música Umbandista – Filhos do Axé
Dia: 07.04.2013
Horário: 13h
Local: São Miguel Paulista
Segue o vídeo da chamada para o evento.
No próximo sábado realizaremos a nossa primeira sessão de descarrego do ano com os nossos compadres e comadres: Exu e Pomba-gira. Já entrando no clima segue o vídeo com o ponto do Seu Sete Estradas.
Larroiê Exu!
Vi esse vídeo publicado no facebook por um querido amigo, Ierê Ferreira. É tão emocionante e conta muito bem o mito de Nanã que resolvi publicá-lo para nossos amigos.