Dizer poético da Umbanda – Oxum

Sonhos – Sid Soares

Texto bom deve sempre ser compartilhado.

Ter sonhos, vontade de criar, de construir é o que nos move e nos faz sempre recomeçar. O sonho é ferramenta divina nos impulsionando às conquistas e realizações dentro de nosso merecimento e trabalho.

Um coração sem sonhos é um coração adoecido pelo cansaço de desencontros emocionais ou de decepções e como uma terra seca e árida fica o daquele que não sonha ou que não vislumbra horizontes e não há vida sem sonhos.

A água é o elemento principal da vida e das emoções, pois uma emoção bem trabalhada deve como a água, fluir e seguir seu curso. Ao termos uma emoção mal direcionada a mesma fica estagnada, água parada e suja!

Geradora da vida a água é a própria essência de mãe Iemanjá. Essa mãe Orixá é o útero divino, é quem sustenta a vida e quem ampara cada um de nós no momento do nascimento. Como cantamos, ela é geradora de tudo o que há, mas a geração só pode ocorrer quando há condições favoráveis para isso.

Uma semente depende de terra boa para germinar, e seguindo esse entendimento a terra seria nossa divina mãe Obá, Orixá da maturidade e do entendimento e que é a própria força telúrica, a segurança da terra firme. Apenas quando entendermos com segurança que a vida que nos foi dada tem o propósito sim de nos melhorar, mas que também nos foi dada para vivermos com plenitude, os sonhos voltarão a germinar e crescer.

Toda benção, todo presente divino depende de nosso entendimento em como receber e em como usufruir dessa benção!

Nossas sementes ficam sempre lá guardadas, como ovos no ninho de mãe Oxum, mesmo com a terra ressequida. Mas se o coração estiver maduro e consciente de que bate para ser feliz, as águas de nossa mãe por certo irão molhar essa terra e fazer germinar aquilo que sonhamos!

Sid Soares

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Foto: Sylvia Arcuri Pátio interno do Hospital Psiquiátrico Pedro II Engenho de Dentro

As setes linhas da Umbanda – complemento

Estudando sobre a nossa religião encontrei um resumo que complementa bem a publicação sobre as Sete linhas da Umbanda, fazendo a ligação do Orixá e o seu referente na Igreja Católica.  

Segue o complemento:

1. OXALÁ – sincretizado com JESUS CRISTO, que chamamos de Pai Oxalá;

2. YEMANJÁ – sincretizado com NOSSA SENHORA, que chamamos a Rainha do Mar;

3. OGUM – sincretizado com SÃO JORGE, que chamamos de Guerreiros Romanos;

4. OXOSSI – sincretizado com SÃO SEBASTIÃO,  que chamamos Povo da Mata;

5. XANGÔ – sincretizado com SÃO JERÔNIMO, que chamamos Povo da Cachoeira;

6. CRIANÇAS – alguns se referem a IBEJIS ou ÊRES, sincretizado a SÃO COSME E DAMIÃO, que chamamos linha das crianças;

7. AFRICANOS, sincretizado com SÃO CIPRIANO, chamamos a linha dos Pretos-Velhos Escravos, que muito evoluíram quando de sua passagem através da escravidão. 

Existem também outros Orixás como: OXUM, IANSÃ, NANÃ, OBALUAÊ e outras entidades, tais como: baianos, boiadeiros, marinheiros, povo do Oriente,  que não são representados por uma linha.

 

As sete linhas da Umbanda

As sete linhas da Umbanda

 

Fonte de pesquisa: ARHAPIAGHA, Yamunisidha. Umbanda a proto síntese cósmica: epistemologia, ética e método da Escola de Síntese. São Paulo: Pensamento, 2002.

Retrato dos Deuses Africanos – Orixás

Navegando pela rede social, me deparei com um site compartilhado por uma amigo “faceboquiano”, Marco Andrade. O site, na verdade um blog, Pêssega d’Oro, mostra uma série fotográfica de representações dos Deuses do panteão africano realizada pelo fotografo, James C. Lewis,  que pode ser vistas clicando aqui Vale a pena conferir! São fotos delicadas, um trabalho estético refinado como os nossos Deuses merecem. 

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Linhas na Umbanda

Segundo o Dicionário de Cultos Afro-brasileiros de Olga Gudolle Cacciatore, a Linha na Umbanda é:

“uma faixa de vibração, dentro da grande corrente vibratória espiritual universal, correspondente a um elemento da Natureza, representada e dominada por uma potência espiritual cósmica – um Orixá, também chamado Protetor e que é chefe dos seres que vibra, e atuam nessa faixa afim. Exemplo: Linha de Oxalá. É subdividida em Falanges, dirigidas por representantes do Orixá.

A linha dentro da Umbanda também é conhecida como:  “Conjunto de Falanges em que subdivide uma faixa vibratória ou conjunto de representações (corporal, danças, cores, símbolos) e rituais (comidas, bebidas, dia de semana e etc.) de cada Orixá ou Entidade.”

Além dessas duas acepções existe uma terceira: “Conjunto de cerimônias rituais de determinado tipo. Exemplo: Linha de Angola, Linha de Umbanda, Linha Branca, etc.” 

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No site do Centro Espírita Urubatan tem uma boa explicação sobre as sete linhas da Umbanda. Clique aqui 

Gongá

Gongá = Peji, altar. Pode ser grande, com três degraus, ou simples mesa. Aí ficam as imagens dos santos católicos sincretizados com Orixás, estatuetas de Caboclos e Pretos-velhos (em gesso, geralmente), velas, flores, copo com água, etc. Também é dito congá. Termo usado na Umbanda e em cultos não-tradicionais, afro-indígenas .  F.p. (formação provável) da palavra – kimbundo “ngonge” (ngongue) – segurança.

Referência bibliográfica:

CACCIATORE, Olga Gudolle. Dicionário de Cultos Afro-brasileiros: com a indicação da origem das palavras. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1988, p. 131. 

Fotos de alguns góngas. 

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Conhecendo melhor a Umbanda

É muito difícil escrever sobre a Umbanda, pelo simples fato de que cada terreiro, cada tenda por ser um espaço sagrado é um território diferente uns dos outros. Cada terreiro ou tenda de Umbanda carrega as características de seu dirigente. Uns vestem apenas guarda-pó branco nas giras diárias e baianas em ocasião das festas e homenagens, como é o caso de nossa tenda, outros usam vestes coloridas; uns cultuam os ciganos, outros não. Enfim, cada um espaço de Umbanda é diferente e por isso muito complicado de ser lido e interpretado. Mesmo que eu afirme e ache muito difícil a compreensão de nossa religião, você pode buscar conhecimentos sobre ela, portanto segue a dica de um livro importante para todos os umbandistas, independente do seu terreiro ou de sua tenda.

Se você quiser ampliar seus conhecimentos sobre esta religião, vale a pena ler um dos livros clássicos sobre nossos rituais e doutrina. Escrito pelo Professor Paulo Newton de Almeida, um dos mais completos pesquisadores dessa religião tão difícil de ser compreendida, este livro vai ajudá-lo a diminuir as suas dúvidas em relação, aos Orixás, as entidades, os tratamentos mediúnicos, trabalhos espirituais, etc. 

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O livro pode ser encontrado nas livrarias online, como Siciliano e Saraiva.