Linhas na Umbanda

Segundo o Dicionário de Cultos Afro-brasileiros de Olga Gudolle Cacciatore, a Linha na Umbanda é:

“uma faixa de vibração, dentro da grande corrente vibratória espiritual universal, correspondente a um elemento da Natureza, representada e dominada por uma potência espiritual cósmica – um Orixá, também chamado Protetor e que é chefe dos seres que vibra, e atuam nessa faixa afim. Exemplo: Linha de Oxalá. É subdividida em Falanges, dirigidas por representantes do Orixá.

A linha dentro da Umbanda também é conhecida como:  “Conjunto de Falanges em que subdivide uma faixa vibratória ou conjunto de representações (corporal, danças, cores, símbolos) e rituais (comidas, bebidas, dia de semana e etc.) de cada Orixá ou Entidade.”

Além dessas duas acepções existe uma terceira: “Conjunto de cerimônias rituais de determinado tipo. Exemplo: Linha de Angola, Linha de Umbanda, Linha Branca, etc.” 

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No site do Centro Espírita Urubatan tem uma boa explicação sobre as sete linhas da Umbanda. Clique aqui 

Gongá

Gongá = Peji, altar. Pode ser grande, com três degraus, ou simples mesa. Aí ficam as imagens dos santos católicos sincretizados com Orixás, estatuetas de Caboclos e Pretos-velhos (em gesso, geralmente), velas, flores, copo com água, etc. Também é dito congá. Termo usado na Umbanda e em cultos não-tradicionais, afro-indígenas .  F.p. (formação provável) da palavra – kimbundo “ngonge” (ngongue) – segurança.

Referência bibliográfica:

CACCIATORE, Olga Gudolle. Dicionário de Cultos Afro-brasileiros: com a indicação da origem das palavras. 3ª ed. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1988, p. 131. 

Fotos de alguns góngas. 

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Conhecendo melhor a Umbanda

É muito difícil escrever sobre a Umbanda, pelo simples fato de que cada terreiro, cada tenda por ser um espaço sagrado é um território diferente uns dos outros. Cada terreiro ou tenda de Umbanda carrega as características de seu dirigente. Uns vestem apenas guarda-pó branco nas giras diárias e baianas em ocasião das festas e homenagens, como é o caso de nossa tenda, outros usam vestes coloridas; uns cultuam os ciganos, outros não. Enfim, cada um espaço de Umbanda é diferente e por isso muito complicado de ser lido e interpretado. Mesmo que eu afirme e ache muito difícil a compreensão de nossa religião, você pode buscar conhecimentos sobre ela, portanto segue a dica de um livro importante para todos os umbandistas, independente do seu terreiro ou de sua tenda.

Se você quiser ampliar seus conhecimentos sobre esta religião, vale a pena ler um dos livros clássicos sobre nossos rituais e doutrina. Escrito pelo Professor Paulo Newton de Almeida, um dos mais completos pesquisadores dessa religião tão difícil de ser compreendida, este livro vai ajudá-lo a diminuir as suas dúvidas em relação, aos Orixás, as entidades, os tratamentos mediúnicos, trabalhos espirituais, etc. 

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O livro pode ser encontrado nas livrarias online, como Siciliano e Saraiva.

Festa de Oxossi

No último dia 21 de janeiro fizemos nossa homenagem a Oxóssi, reconhecido como o Orixá da caça e da fartura.

OXÓSSI

Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Oxóssi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Oxóssi se transformou, no Brasil, num dos orixás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.

Seu habitat é a floresta, sendo simbolizado pela cor verde na umbanda, e recebendo a cor azul clara no candomblé, mas podendo usar, também, a cor prateada nesse último. Sendo assim, roupas, guias e contas costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas, no caso de Oxóssi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes.

Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado com o epíteto “o caçador de uma flecha só”, pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo tamanha a precisão. Conta a lenda que um pássaro maligno ameaçava a aldeia e Oxossi era caçador, como outros. Ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia. Daí o epíteto “o caçador de uma flecha só”.

Come tudo quanto é caça e o dia a ele consagrado é quinta-feira.

Oxóssi é a expansão dos limites, do seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo “de fora”, a mata, trazer tanto a caça quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça. Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas. O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que instalam a tribo neste mesmo novo local. Assim, Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia.

OXÓSSI NA UMBANDA

Oxóssi na Umbanda é considerado patrono da linha dos caboclos, atuando para o bem-estar físico e espiritual dos seres humanos.

Segundo esta religião, Oxóssi é figura representativa de uma das sete forças principais de Deus: a força da luta, do trabalho, da providência e da afirmação positiva. Assim, para a Umbanda, Oxóssi representa uma das sete forças primordiais de Deus, pertencendo ao polo positivo das energias espirituais, expandindo, irradiando e impelindo os seres para a construção vigorosa de seus destinos, bem como garantindo que os mais fragilizados encontrem doutrinação firme e amorosa, desenvolvendo seu saber religioso e sua fé.

A figura de Oxóssi tem origem na mitologia africana, para a qual seria um antepassado africano divinizado, filho de Yemanjá, irmão de Omulu-Obaluayê e rei da cidade de Oyó, localizada na África sudanesa – de onde provêm os povos nagô (keto, ijexá e oyó) e mina-jeje. Também é considerado o caçador por excelência; o arqueiro de uma flecha só – sempre certeira.

A Umbanda, considerada por muitos como fundada em 1908, é expressão do sincretismo ocorrido no Brasil em razão da perseguição religiosa aos cultos africanos. Por reunir elementos africanos, espiritualistas e cristãos, a figura de Oxóssi pode aparecer, muitas vezes, misturada à figura católica de São Sebastião, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e estados do demais centro -sul do Brasil, e São Jorge, no estado da Bahia.

 

Por não ser uma religião codificada, a Umbanda apresenta variação de ritos, símbolos e oferendas. Em geral, considera-se que o dia de Oxóssi é quinta-feira e seu símbolo seria o arco e a flecha em ferro fundidos. As oferendas a Oxóssi na Umbanda – consideradas pela grande maioria de seus seguidores como ritos que potencializam a energia dos Orixás – são de elementos correlatos à do chacra do plexo solar, bem como ao comprimento de onda de cor amarela. Assim, suas oferendas haveriam de se aproximar de tal padrão energético, seja pela cor do elemento, seja por sua composição. Alguns exemplos de oferendas comuns em vários centros e tendas umbandistas: milho cozido; côco em lascas; girassol; rosas brancas; velas brancas e amarelas; cerveja; licor de caju; flores do campo; entre outros. Por ser um orixá caçador, logo os negros o associaram a São Jorge, já que este é representado de armadura matando um dragão.

Para ver as fotos da nossa festa clique aqui

Fontes: 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ox%C3%B3ssi

http://pt.wikipedia.org/wiki/Oxossi_na_Umbanda