Como a nossa próxima sessão do dia 4 de agosto será uma sessão de Mesa, gostaria de explicar como ela acontece em nossa casa.
Mesa de Oxalá
Por Sylvia Arcuri
A sessão de Mesa acontece ao redor de uma mesa com uma toalha branca estendida, por isso muitos denominarem e associarem ao nome a cor branca. A cor também está ligada a Oxalá, o Orixá maior dentro da Umbanda que, dentro do sincretismo, refere-se a Jesus Cristo. Além disso, a cor branca, segundo a cromoterapia, indica claridade, pureza e iluminação; representa a inocência, a verdade e a integridade do mundo; simboliza o caminho e o esforço em direção à perfeição. É indicada para cura em geral, purificação e abertura à luz. Por esse motivo o nome: “mesa branca”.
Antes de começar os trabalhos mediúnicos, em volta da mesa, e depois de termos feito a abertura da sessão, evocamos os caboclos que participarão dos trabalhos realizados na mesa em si. No nosso caso, a mesa possui oito espaços para que os médiuns incorporados, ou não, ocupem e ficam quatro espaços vazios, um em cada ponta da mesa para que o consulente sente-se. O dirigente da mesa (que muitas vezes é uma pessoa diferente do dirigente da casa) faz uma preleção, geralmente lê uma página relacionada com as questões espirituais, pede-se permissão para começar a sessão ao espírito que, junto com o dirigente da casa irá comandar os trabalhos, no nosso caso, a permissão é solicitada a Bezerra de Menezes, um espírito conhecido dentro do Kardecismo.
Pode-se dizer que a sessão de Mesa tem semelhanças com a Doutrina Kardecista?
Sim e não, a semelhança é que existe uma página e um “mini estudo” ou uma interpretação sobre a página lida. Depois de aberta a mesa, fazemos a fluidificação da água que servirá como remédio para os que estão ali no espaço da Tenda, todos tomam um cálice da água fluidificada com a intenção de curar algum mal que o aflige, seja ele físico, de ordem emocional ou espiritual. Passa-se pela mesa os papeis para irradiação á distância, nomes, endereços e necessidades das pessoas que não puderam estar presente. Os médiuns incorporados à mesa, juntos aos espíritos desencarnados de luz, que auxilam no trabalho, fazem uma espécie de ronda espiritual, chegando até o lugar, visitando aquela pessoa cujo nome encontra-se no papel. Depois, os assistentes, que estão naquele momento na tenda, passam pela mesa, geralmente sentam de quatro em quatro e havendo a necessidade, passa-se individualmente aquele(a) que precisa, por alguma orientação, sentar sozinho(a). Nesse momento, pode acontecer orientações aos espíritos desencarnados que chegam até a mesa. Faz-se uma espécie de doutrinação, alertando aquele espírito sofredor que ele já não pertence mais a esse mundo, ou que ele deve deixar de perturbar determinada pessoa, de estar ao lado dela, implicando no seu processo de evolução em outro espaço, mas muitas outras coisas acontecem durante essa sessão, como, por exemplo a psicografia de mensagens, cada dia é de um jeito.
Dentro da Doutrina Kardecista, essa sessão é uma sessão fechada para os assistentes. No Espaço da Umbanda, não. Nem todos os terreiros, centros ou tendas umbandista desenvolvem esse tipo de sessão, que também está no rol das sessões que permitem a evolução do médium e de sua entidade. O médium que for convocado para participar da mesa deve ter feito, no dia anterior, um resguardo, que seria cuidar do corpo e da sua parte emocional, não ingerindo carne vermelha ou bebida alcoólica,ter cultivado bons pensamentos e não ter passados por momentos extremos de estresse, se o médium sentir que não está preparado para fazer parte desse trabalho deve sinalizar ao dirigente da casa.
Para que fica mais esclarecido, existe uma confusão em relação a Mesa Branca e o Espiritismo e isso talvez seja motivado pela semelhança que existe em alguns pontos, como por exemplo a comunicação mediúnica com os espíritos e a crença na reencarnação. O Espiritismo é uma doutrina científica e filosófica codificada em 1857 por Allan Kardec.
Por que consideramos a sessão de Mesa como uma sessão de Descarrego?
Porque, nesse momento, há a permissão de espíritos desencarnados, que muitas vezes veem acompanhando o consulente, chegarem à mesa através de um médium e receber as orientações necessárias para continuar sua caminhada espiritual, é como se esse espirito recebesse um acalando, um afago, um alento, pois é dito para ele que ele é importante e que deve seguir o seu caminho sem importunar a vida de quem permitiu a sua chegada até aquele ambiente de amor e paz. Além disso, essa sessão serve para reequilibrar a energia e fazer a limpeza astral de todos que dividem o ambiente, tantos encarnados e desencarnados. A sessão de mesa é para aliviar todas as tensões físicas, emocionais e espirituais, é um momento de descarregar as energias “ruins”, “pesadas” que foram acumuladas durante dias e que precisam ser retiradas, transmutadas e renovadas.
A foto do post não é da nossa Tenda.
Foi retirada de outra página, para vê-la, clique aqui
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