Composição: Ivo de Carvalho
Arquivo da tag: Entidades
Reunião em Aruanda
Os espíritos tiveram uma reunião em Aruanda: Caboclos, Pretos-velhos, Crianças, Exus , Pomba-giras, Boiadeiros, Marinheiros , Baianos e Ciganos.
A falange espiritual da Umbanda estava reunida e o assunto foi a falta de FÉ ou melhor a pouca FÉ dos filhos na terra. Foi quando um Caboclo deu um brado e disse :
– Tá difícil, mas enquanto pai Oxóssi me der forças e permissão, todos os ensinamentos que vem da mata serão utilizado para ajudar filhos de fé…Logo em seguida, levantou um Preto-velho muito sábio e disse calmamente:
– Meus filhos, pensam que por eu ser velho eu não cuido deles? Porém, antes deles caírem, estou lá no chão de braços abertos, para amparar o filho antes que caia. Enquanto Pai Omulú me der forças, jamais deixarei de caminhar ao lado de um filho de fé. Uma Preta-velha, com uma lágrima nos olhos e um terço na mão disse: – Enquanto eu tiver fé em nosso senhor Jesus cristo e no rosário de Maria, irei orar por todos que perderam a fé. Uma criança levantou e disse:
– Levarei alegria a todos os titios e titias que estão com o o coração sofrido, com medo e pânico e perdendo a sua fé. Um boiadeiro deu um berro e disse: – – Enquanto o meu laço for firme, filho de fé nenhum cai no chão. Um marinheiro disse:
– Enquanto as ondas sagradas do mar de mãe Iemanjá for minha fortaleza, filho de fé morre afagado por falta de fé. Uma Baiana muito arretada disse:
– Enquanto meu senhor do Bonfim for meu pilar, filho de fé vai tombar. Um cigano disse:
– Enquanto minha magia existir ,filho de fé não deixa de ver o brilho das estrelas. Lá da porteira, dando segurança, uma Pomba-gira deu uma gargalhada e disse :
– Enquanto eu for Pomba-gira, filho de fé nenhum se perde nas encruzilhas da vida. Não demorou muito um Exu que zelava pela segurança junto com a pomba-gira, bateu seu tridente no chão e disse:
– Enquanto eu for Exu, filho de fé nenhum deixa de tê-la. Voltaram todos à terra para cumprir sua missão, mesmo que muitos filhos de fé tenham deixando de acreditar e valorizar o trabalhos deles.Enquanto existir Umbanda e entidades comprometidas com a verdade, caridade e luz, falta de FÉ NENHUMA, vai apagar o BRILHO e afetar o trabalho da nossa querida Umbanda !!!
Pai Joaquim de Angola

Quer agradar um Orixá e/ou Entidade?
REFLEXÃO
Oferenda para Entidade/Orixá é arriada todo dia, quando, ao levantar, você agradece de coração mais um dia de vida, de trabalho, saúde, em família, pela chance de recomeçar!
Oferenda a entidade, arriamos quando devolvemos o troco recebido por engano, quando engolimos a raiva, e não nos igualamos aos preconceituosos, trocando com eles ofensas e perdendo horas de sono.
Quer agradar seu exu e não sabe o nome dele (a)? Auxilia um orfanato. Quer oferendar orixá mas não sabe de quem é filho? Seja voluntário em um hospital. Leia a um idoso. Visite um doente que precisa apenas de um sorriso, para se sentir vivo.
Até quando, nós umbandistas, vamos acreditar que com orixá/entidade é na base do “toma lá da cá”? NÃO!!! Na UMBANDA não é!
Nada contra oferendas, eu as faço, mas qual a necessidade de me enveredar no meio da mata pra oferecer vela pra Oxóssi se ele não pediu? Crescimento interior que vem através do estudo, e de um coração realmente disposto a mudar por amor.
🙏💖🙏💖
UMBANDA é amor, caridade, respeito e empatia também . Orixá/entidade, agradamos com uma vela branca, uma oração curta e sincera, e coração bem intencionado.
Observação: Se alguém souber de quem é o texto, deixe nos comentários para darmos o credito devido.
Sabedoria Umbandista
Texto escrito pelo nosso irmão Sid Soares
A parte boa de ser educado por Preto Velho ou Preta Velha é que a gente aprende a ter uma visão (um pouco) mais abrangente de tudo. Aprende a mergulhar nas situações sem nos deter na primeira impressão das coisas, ou que as pessoas nos dão.
A parte ruim é que a elegância adquirida pela convivência com eles nos faz andar na contramão da maldade, caminhando em silêncio com Deus. Que aos olhos mais verdes pode parecer covardia ou aquiescência com o mal. É apenas sossego.
A parte verdadeiramente importante é que na travessia por qualquer caminho que se escolha andar, com fé, respeito e verdade, você nunca vai estar sozinho.
Amor puro – Puro amor
Sessão de ontem, 29/09/2018
Amor puro!
Como nossa gigante mãe Helenice diz, precisamos amar o amor. Mãezinha estamos nos esforçando, têm sido tempos difíceis mas o amor há de vencer. Caridade é uma soma de suprimentos físicos e espirituais, pois nem só de pão vive o homem, mas saco vazio não para em pé, a caridade física é igualmente necessária a espiritual. Aqui você é ouvido, acalentado, acarinhado, orientando a cerca das suas dificuldades, aqui não se faz o milagre do seu amor em 3 dias, do seu emprego garantido, da saúde imediatamente restabelecida. Aqui o milagre é do entendimento, da compreensão que Deus tem planos pra nós que fogem ao nosso controle, é apoio, é abraço, e força pra continuar em frente sem perder a fé. Obrigada Oxalá por me guiar até aqui. Sempre em meu coração Ivo Carvalho tia Helenice e todos os irmãos.
Mabaça – Os gêmeos em nós
Texto de Sid Soares
Esse é o mês das crianças dentro da Umbanda, se no 13 de maio sobe aos céus do país uma energia de liberdade e gratidão, hoje os terreiros e tendas são fontes de riso, alegria, da inocência e pureza que nos religa a Deus. São Cosme e São Damião nas imagens mais conhecidas e os santos Crispim e Crispiniano que são reverenciados no mundo todo e aqui mais ainda, onde há um santo para cada dor, para cada prece encerrando esse ciclo no dia 25 de Outubro. Não por acaso a Umbanda é sustentada por um triangulo de forças divinas que representam as três fases da vida humana, assim temos o Preto Velho, o Caboclo e por fim o Erê, e ser envolvido por este triangulo é ter a certeza de precisamos seja qual for a fase da vida termos a humildade e sabedoria, a vitalidade e firmeza com a serenidade, e a esperança e a fé.Os santos gêmeos católicos São Cosme e São Damião nasceram na Arábia, eram filhos de Teodata e curavam sem cobrar por isso através de remédios e de orações que faziam aos desenganados. Por esse motivo eram chamados de anárgiros (“ana”desprovido de ou que não aceita e “argiros” prata ou dinheiro). Tinham mais cinco irmãos que no Brasil são representados por Doum, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi.
O culto aos santos veio para o Brasil trazido pelos portugueses que aqui se misturou ao culto africano aos gêmeos Ibeji na nação Ketu ou Nvuji na nação Angola ( que na Umbanda recebe o nome de Ibejada, linha que compreende espíritos que trabalham na faixa vibratória desse orixá) e se misturou ainda ao deuses gêmeos indígenas, Tamendonare e Aricoute que deram segundo a mitologia, origem aos povos Tupinambás e Temininós.
Nesse rearranjo brasileiro o próprio caruru feito para ofertar aos dois-dois tem origem indígena no alimento chamado caá-riru ou “erva de comer”, que era feito com bredo e que depois ganhou o quiabo pelos africanos.
Com essa mistura toda de crenças o que mais importa é o companheirismo e a alegria que anda tão escassa, que devem ser gêmeos em nós, assim como a fé e a esperança. Erê é uma palavra que significa brincar, e define o caminho entre nós e Orixá, o consciente e inconsciente, e na nossa jornada tão cheia de coisas, de mágoas e descaminhos vamos nos perdendo da brincadeira, dos companheiros, das amizades, dos irmãos.
A gente precisa se reencontrar ou aprender com o nosso gêmeo, que é aquele “eu” que sabia que por mais difícil que fosse, ia passar, que uma gargalhada resolve muita coisa, que uma brincadeira de roda pode curar, e que uma prece feita com esperança e inocência sempre é atendida! Tenha o nome que tiver, o que não dá pra desaprender é o bom e velho levantar depois de um tombo ou um joelho ralado, após uma topada numa pedra, ou o tão esquecido “ficar de bem” por que criança de verdade come doce, não mágoa!
“Filho de fé estava doente
Filho de fé estava chorando
Filho de fé viu Ibejada
Filho de fé já está cantando!”
Conversa de terreiro – Desenvolvimento e Incorporação
Mais uma conversa com o nosso dirigente, Ivo de Carvalho.
Gostaríamos de esclarecer que nossos bate-papos são referentes as práticas que acontecem na nossa Tenda. cada casa de Umbanda tem sua ritualística própria. Não temos a intenção de ensinar nada, apenas queremos mostrar como acontece na Tenda Espírita Pai mané de Aruanda. Mais uma contribuição para esse universo tão vasto que é a nossa linda religião. Coma palavra Babaloriá Ivo de Carvalho.
Faltou a finalização do nosso vídeo, acabou o espaço no celular, mas vimos que está completo no que queríamos apresentar-lhes, por isso decidimos publicá-lo.
PRÓXIMA SESSÃO
Nossa próxima sessão: dia 11 de agosto de 2018.
Yemanjá e Caboclos.
Yemanjá
Sincretismo na Umbanda – Nossa Senhora da Glória
Vibração Original de Yemanjá
Conceito: o termo sagrado YEMANJÁ primitivamente era Yemanyarth. Muito mais tarde foi fonetizado como Yemanjá. Mais recentemente outros povos, inclusive os africanos ocidentais, fonetizaram esse termo sagrado como YEOMOEJÁ. Traduzindo esses termos segundo a Coroa da Palavra, através do alfabeto Adâmico, teríamos:
YEMANYARTH – POTÊNCIA GERADORAS DAS ALMAS
YEMOEJÁ – YE – MÃE; OMO – FILHO; EJÁ – PEIXE. “MÃE CUJOS FILHOS SÃO PEIXES” – A HUMANIDADE SURGINDO DAS ÁGUAS OCEÂNICAS – PEIXE NO SENTIDO DE FERTILIDADE – SENHORA DA NATUREZA OU FERTILIDADE – A DIVINA MÃE DO COSMO.
YEMANJÁ – O PRINCÍPIO DAS ÁGUAS (“ÁGUAS” COMO FONTE DA VIDA FÍSICA). O ETERNO FEMININO O PRINCÍPIO NATURAL (QUE ATUA NA NATUREZA)
Traduzindo silabicamente, ou por fonemas teremos:
YE – MÃE; PRINCIPIO GERANTE
MAN – O MAR; A ÁGUA; LEI DAS ALMAS
YA – MATRIZ; MATERNIDADE; POTÊNCIA CRIADORA
YEMANJÁ portanto traduz
A Senhora da Vida
O Princípio Duplo Gerante
O Princípio Passivo Incriado
A Maternidade Cósmica (no sentido de transformar a Substância Etérica)
Fonte: ARHAPIAGHA, Yamunisiddha.Umbanda a proto-síntese cósmica. São Paulo: Pensamento. 2002
Próxima sessão – dia 14 de julho
Vamos curimbar com nossos pretos e pretas-velhas. Nossa sessão começa às 18h. Para entrar no clima fiquem com a cantiga de Ivo de Carvalho.
História de um Preto-velho
Texto retirado da página do facebook: Em Defesa da Umbanda
Tudo começou na pequena Paranapiacaba, uma vila pitoresca, com arquitetura e clima que lembra as cidades inglesas do século XIX e destinada à moradia dos trabalhadores da Rede Ferroviária Federal.
As casas – algumas mais simples (onde moravam os trabalhadores mais humildes), outras mais requintadas (que abrigavam os engenheiros da ferrovia, os verdadeiros mandatários da empresa) – eram de madeira, pintadas de um tom entre o vermelho e o marrom, enquanto as de alvenaria, mais simples, eram pintadas de cal com um pigmento amarelo.
Parece que esses detalhes imprimiam um aspecto ainda mais melancólico ao local.
Mas a casa onde dona Lidia morava não se encaixava em nenhum desses quesitos.
Era uma casa extremamente humilde, de madeira, já bem úmida e surrada pelo tempo, a última casa da rua abrigava a boa senhora, o marido e o casal de filhos.
Os fundos do quintal davam para a mata fechada, que era bela, mas trazia alguns problemas, tais como a invasão de animais indesejados (cobras, morcegos, sapos), além de causar uma sensação de insegurança bastante justificável – tipos suspeitos costumavam se esgueirar por aquele local, sabe-se lá com qual finalidade.
Tudo isso deixava dona Lidia apreensiva, pois seu marido, seu Sergio, saía para trabalhar antes do amanhecer e só voltava ao cair da tarde.
Isso a fazia sentir-se refém da situação, junto aos filhos, durante todo o dia.
Em uma triste ocasião, um vizinho maldoso tentou arrastar a filha do casal para o matagal, com as piores intenções.
Só não conseguiu seu intento porque outros moradores perceberam o movimento e agiram a tempo.
A vila era pequena e existiam algumas casas, melhor localizadas, que estavam desocupadas.
Dona Lidia sempre pedia ao marido que solicitasse junto à sua chefia uma outra moradia, mas ele sempre retornava dizendo que o pedido havia sido negado.
Numa atitude de desespero, sem que o marido soubesse, ela pegou os dois filhos e foi São Paulo, tentar conversar com o superintendente da RFFSA.
Após horas de cansativa espera foi atendida. O engenheiro a recebeu bem, ouviu a sua história, mas cordialmente disse que não atenderia o seu pedido.
Explicou que seu Sergio era um excelente profissional e dentro da empresa somente ele dominava a técnica de desenhar manualmente (naquela época era assim) as letras que identificavam os vagões.
No entanto, por ser consciente disso, era um tanto abusado em seu comportamento.
Desrespeitava a hierarquia da empresa, não cumpria corretamente seu horário de trabalho, brigava, discutia com os superiores, enfim, era bom no que fazia, mas não era merecedor de privilégios devido ao mau comportamento.
Dona Lidia foi embora arrasada, deprimida.
Precisava sair daquela casa a qualquer custo.
Sentia um nó na garganta, mas segurou o choro para não abalar as crianças.
Resolveu então visitar uma cunhada que morava ali perto, a fim de desabafar um pouco.
Chegando lá, falou sobre sua angústia e a cunhada, percebendo que ela não estava bem, convidou-a a ir até uma vizinha que era benzedeira.
Lá chegando foram prontamente atendidas e a senhora incorporou uma entidade que se identificou como o preto velho Pai João Benedito.
O bom espírito deu um passe em dona Lidia e seus filhos e, depois de falar palavras de conforto, disse:
“A fia pode ficar sossegada, esse preto velho vai ajudar a fia a conseguir o que precisa”.
Dona Lidia voltou para casa mais leve, já conformada em ter que viver naquela casa velha, úmida e sem segurança.
Mas ao menos sentia que estava protegida espiritualmente.
Algum tempo se passou e a conversa com o preto velho já estava caindo no esquecimento, afinal, como um espírito de um escravo poderia interferir na mudança de uma casa?
.
Uma noite, seu Sergio adormeceu assistindo à TV junto com a filha no sofá da sala.
Dona Lidia cansada do trabalho diário, foi para a cama e colocou o filho mais novo na cama (a casa era tão pequena que todos dormiam no mesmo quarto).
Quando estava quase adormecendo ouviu barulho vindo da janela do quarto.
Seu medo foi tamanho, que ficou paralisada: não conseguia se mover ou gritar pelo marido.
Seu medo aumentou quando lembrou que a cama em que o filho pequeno dormia ficava logo abaixo da janela.
Ainda paralisada e apavorada percebeu a janela se mexer e viu que lentamente alguém a levantava.
Em poucos minutos o ladrão estaria dentro do quarto e, pior que isso, poderia fazer o pequeno menino de refém.
Os poucos segundos pareceram uma eternidade.
Quando enfim a janela estava aberta, um homem negro, de cabelos levemente grisalhos enfiou a cabeça pela janela e olhou diretamente nos olhos de dona Lidia.
Foi nesse instante que ela saiu daquele torpor e conseguiu gritar por socorro. Seu marido acordou assustado e veio correndo.
Nisso o negro soltou a janela, que desceu com violência, quebrando todos os vidros, e sumiu no mato.
A polícia foi chamada e vasculhou todo o matagal sem encontrar qualquer indício do invasor.
A janela mostrava os sinais de arrombamento e, felizmente, os cacos de vidro não causaram sequer um arranhão no pequeno menino que fora atingido pelos estilhaços.
Se tratando de uma vila pequena, o caso se tornou conhecido de todos os moradores.
Todos comentavam sobre a casa no matagal, que expunha seus moradores aos mais diversos riscos.
Diante da situação, os mandatários da RFFSA ficaram preocupados, pois se algo mais grave acontecesse, especialmente às crianças, eles poderiam ser responsabilizados.
Trataram então de ceder uma nova moradia à dona Lidia e sua família, num local mais tranquilo e seguro de Paranapiacaba.
A casa velha e úmida foi demolida. Ninguém mais sofreria nela.
A mudança foi feita. Na nova casa dona Lidia iniciou uma nova vida, mais tranquila e feliz.
Algum tempo depois visitou a cunhada e novamente foi convidada a “tomar um passe” com aquela mesma benzedeira, que de novo incorporou a doce figura de Pai João Benedito.
Após breve conversa, o velhinho perguntou a dona Lidia:
-“A fia está feliz na casa nova?”
Ela respondeu que sim e começou a relatar o ocorrido, quando tentaram invadir a casa, porém foi interrompida pelo preto velho, que disse:
“-Não precisa contar, não fia… eu sei o que aconteceu.
Quem levantou aquela janela não foi um ladrão e nem alguém que queria fazer mal para você e sua família.
Fui eu que estive lá.
Com a confusão que causei os homens que mandam acharam melhor dar uma casa nova para a fia morar”.
Dona Lidia ficou sem palavras, então o preto velho continuou, dizendo que a acompanharia e sempre que precisasse, para chamar pelo seu nome.
Pediu também que ela não esquecesse de colocar um cafezinho para ele todos os dias.
Assim ela fez até o último dia de sua vida.
O filho de dona Lidia, depois de adulto, iniciou-se na Umbanda.
Aos poucos foi desenvolvendo sua mediunidade e recebendo suas entidades.
Quando o seu preto velho se manifestou pela primeira vez, perguntaram seu nome, ao que prontamente ele respondeu:
Sou Pai João Benedito, um nêgo veio que trabalha humildemente na Umbanda.
Acompanho esse cavalo desde que ele era um cabritinho.
A mãe dele foi sempre grata e fiel a mim, nunca se esquecendo de me oferecer um cafezinho num cantinho discreto da sua casa.
Agora eu vim para dar continuidade ao meu trabalho de caridade através desse menino, que eu conheço tão bem e que tantas vezes já orientei e protegi sem que ele nem percebesse.
Assim é a Umbanda: usa de meios que num primeiro momento não entendemos, usa métodos que até duvidamos, mas que sempre objetivam o nosso bem.
Assim são os pretos velhos: trabalham discretamente, de maneira sábia e humilde, sem pedir nada em troca, no máximo um cafezinho, que serve mais para reavivar nossa fé do que para qualquer outra coisa.
Salve Pai João Benedito.
Adorei as almas.
Fonte:Casa da Vovó Maria Rosa
Douglas Fersan