Carlinhos de Xangô fez uma homenagem ao nosso Babalorixá Ivo de Carvalho durante o 5º Festival de Umbanda Louvor ao Pai Cury. O evento aconteceu no dia 09 de setembro, no clube São José em Magalhães Bastos – Rio de Janeiro.
Carlinhos de Xangô fez uma homenagem ao nosso Babalorixá Ivo de Carvalho durante o 5º Festival de Umbanda Louvor ao Pai Cury. O evento aconteceu no dia 09 de setembro, no clube São José em Magalhães Bastos – Rio de Janeiro.
Yemanjá
Sincretismo na Umbanda – Nossa Senhora da Glória
Vibração Original de Yemanjá
Conceito: o termo sagrado YEMANJÁ primitivamente era Yemanyarth. Muito mais tarde foi fonetizado como Yemanjá. Mais recentemente outros povos, inclusive os africanos ocidentais, fonetizaram esse termo sagrado como YEOMOEJÁ. Traduzindo esses termos segundo a Coroa da Palavra, através do alfabeto Adâmico, teríamos:
YEMANYARTH – POTÊNCIA GERADORAS DAS ALMAS
YEMOEJÁ – YE – MÃE; OMO – FILHO; EJÁ – PEIXE. “MÃE CUJOS FILHOS SÃO PEIXES” – A HUMANIDADE SURGINDO DAS ÁGUAS OCEÂNICAS – PEIXE NO SENTIDO DE FERTILIDADE – SENHORA DA NATUREZA OU FERTILIDADE – A DIVINA MÃE DO COSMO.
YEMANJÁ – O PRINCÍPIO DAS ÁGUAS (“ÁGUAS” COMO FONTE DA VIDA FÍSICA). O ETERNO FEMININO O PRINCÍPIO NATURAL (QUE ATUA NA NATUREZA)
Traduzindo silabicamente, ou por fonemas teremos:
YE – MÃE; PRINCIPIO GERANTE
MAN – O MAR; A ÁGUA; LEI DAS ALMAS
YA – MATRIZ; MATERNIDADE; POTÊNCIA CRIADORA
YEMANJÁ portanto traduz
A Senhora da Vida
O Princípio Duplo Gerante
O Princípio Passivo Incriado
A Maternidade Cósmica (no sentido de transformar a Substância Etérica)
Fonte: ARHAPIAGHA, Yamunisiddha.Umbanda a proto-síntese cósmica. São Paulo: Pensamento. 2002
Como a nossa próxima sessão do dia 4 de agosto será uma sessão de Mesa, gostaria de explicar como ela acontece em nossa casa.
Por Sylvia Arcuri
A sessão de Mesa acontece ao redor de uma mesa com uma toalha branca estendida, por isso muitos denominarem e associarem ao nome a cor branca. A cor também está ligada a Oxalá, o Orixá maior dentro da Umbanda que, dentro do sincretismo, refere-se a Jesus Cristo. Além disso, a cor branca, segundo a cromoterapia, indica claridade, pureza e iluminação; representa a inocência, a verdade e a integridade do mundo; simboliza o caminho e o esforço em direção à perfeição. É indicada para cura em geral, purificação e abertura à luz. Por esse motivo o nome: “mesa branca”.
Antes de começar os trabalhos mediúnicos, em volta da mesa, e depois de termos feito a abertura da sessão, evocamos os caboclos que participarão dos trabalhos realizados na mesa em si. No nosso caso, a mesa possui oito espaços para que os médiuns incorporados, ou não, ocupem e ficam quatro espaços vazios, um em cada ponta da mesa para que o consulente sente-se. O dirigente da mesa (que muitas vezes é uma pessoa diferente do dirigente da casa) faz uma preleção, geralmente lê uma página relacionada com as questões espirituais, pede-se permissão para começar a sessão ao espírito que, junto com o dirigente da casa irá comandar os trabalhos, no nosso caso, a permissão é solicitada a Bezerra de Menezes, um espírito conhecido dentro do Kardecismo.
Pode-se dizer que a sessão de Mesa tem semelhanças com a Doutrina Kardecista?
Sim e não, a semelhança é que existe uma página e um “mini estudo” ou uma interpretação sobre a página lida. Depois de aberta a mesa, fazemos a fluidificação da água que servirá como remédio para os que estão ali no espaço da Tenda, todos tomam um cálice da água fluidificada com a intenção de curar algum mal que o aflige, seja ele físico, de ordem emocional ou espiritual. Passa-se pela mesa os papeis para irradiação á distância, nomes, endereços e necessidades das pessoas que não puderam estar presente. Os médiuns incorporados à mesa, juntos aos espíritos desencarnados de luz, que auxilam no trabalho, fazem uma espécie de ronda espiritual, chegando até o lugar, visitando aquela pessoa cujo nome encontra-se no papel. Depois, os assistentes, que estão naquele momento na tenda, passam pela mesa, geralmente sentam de quatro em quatro e havendo a necessidade, passa-se individualmente aquele(a) que precisa, por alguma orientação, sentar sozinho(a). Nesse momento, pode acontecer orientações aos espíritos desencarnados que chegam até a mesa. Faz-se uma espécie de doutrinação, alertando aquele espírito sofredor que ele já não pertence mais a esse mundo, ou que ele deve deixar de perturbar determinada pessoa, de estar ao lado dela, implicando no seu processo de evolução em outro espaço, mas muitas outras coisas acontecem durante essa sessão, como, por exemplo a psicografia de mensagens, cada dia é de um jeito.
Dentro da Doutrina Kardecista, essa sessão é uma sessão fechada para os assistentes. No Espaço da Umbanda, não. Nem todos os terreiros, centros ou tendas umbandista desenvolvem esse tipo de sessão, que também está no rol das sessões que permitem a evolução do médium e de sua entidade. O médium que for convocado para participar da mesa deve ter feito, no dia anterior, um resguardo, que seria cuidar do corpo e da sua parte emocional, não ingerindo carne vermelha ou bebida alcoólica,ter cultivado bons pensamentos e não ter passados por momentos extremos de estresse, se o médium sentir que não está preparado para fazer parte desse trabalho deve sinalizar ao dirigente da casa.
Para que fica mais esclarecido, existe uma confusão em relação a Mesa Branca e o Espiritismo e isso talvez seja motivado pela semelhança que existe em alguns pontos, como por exemplo a comunicação mediúnica com os espíritos e a crença na reencarnação. O Espiritismo é uma doutrina científica e filosófica codificada em 1857 por Allan Kardec.
Por que consideramos a sessão de Mesa como uma sessão de Descarrego?
Porque, nesse momento, há a permissão de espíritos desencarnados, que muitas vezes veem acompanhando o consulente, chegarem à mesa através de um médium e receber as orientações necessárias para continuar sua caminhada espiritual, é como se esse espirito recebesse um acalando, um afago, um alento, pois é dito para ele que ele é importante e que deve seguir o seu caminho sem importunar a vida de quem permitiu a sua chegada até aquele ambiente de amor e paz. Além disso, essa sessão serve para reequilibrar a energia e fazer a limpeza astral de todos que dividem o ambiente, tantos encarnados e desencarnados. A sessão de mesa é para aliviar todas as tensões físicas, emocionais e espirituais, é um momento de descarregar as energias “ruins”, “pesadas” que foram acumuladas durante dias e que precisam ser retiradas, transmutadas e renovadas.
A foto do post não é da nossa Tenda.
Foi retirada de outra página, para vê-la, clique aqui
Vamos curimbar com nossos pretos e pretas-velhas. Nossa sessão começa às 18h. Para entrar no clima fiquem com a cantiga de Ivo de Carvalho.
“Santo Antônio mandou
Santo Antônio é quem manda
Santo Antônio mandou
Exu Sete Estradas firma nossa banda”
Assim começa o ponto do Exu que comanda a Gira de Descarrego na nossa Tenda e no final pede licença…
“Com licença de Ogum
E de meu Santo Antônio
Ele vem trabalhar”
Não é uma licença para chegar e ficar, mas é para trabalhar e evoluir. Em uma escala hierárquica, Exu é a entidade mais perto dos humanos. Sim, na Umbanda Exu é entidade, teve matéria encarnada, já no Candomblé ele é um Orixá. Quando se diz que é a mais perto dos humanos, talvez explique o fato de sua ligação com Santo Antônio, o “santo casamenteiro” como se apresenta popularmente o santo.
Se, por um lado, Exu é a energia de ligação do mundo dos humanos com as esferas espirituais, é a entidade que realiza a limpeza mais densa, aquela que resolve os problemas “pesados”, a que constrói pontes, estradas, vias de passagens simbólicas amenizando as mazelas da humanidade; por outro, Santo Antônio também está muito ligado aos humanos, um dos santos mais populares da Igreja Católica, quando em vida, um excelente orador, deixou todos os bens materiais para se dedicar aos mais necessitados, não se conformava com a desigualdade que existia, o que pode também ser atribuída a sua ligação com Exu. Ambos com o poder da palavra que encanta, ensina, ajuda, fortalece, ameniza, transfere, abre caminhos, (principalmente os relacionados as questões amorosas). Mas não é só a energia da abertura e do amor que essas duas figuras representam; no campo simbólico, elas cumprem um papel fundamental o de religar os seus adeptos ao seu eu interior, a sua divindade pessoal e a Zambi, Deus, como preferirem. Tanto Exu como Santo Antônio constroem pontes, saídas ligadas à energia amorosa, que carece muito nos dias atuais. Os dois entendem as aflições, os conflitos e as lutas humanas. E, com sua palavra mais próxima, podem aconselhar, afagar, curar. Embora seja uma das entidades mais brincalhona dentro dos Terreiros de Umbanda, Exu é sério no seu trabalho, trabalha em conjunto com outras entidades e com os Orixás, no caso Ogum que o concede a permissão de chegar e prestar a caridade. Exu NÃO é Lucifér, não é Diabo, essa figura do anjo caído não existe nas religiões de matrizes africana, assim como Santo Antônio também não traz essa ligação.
Enquanto a Igreja Católica, no mês de junho, saúda os Santos Antônio, João e Pedro, as casas, as tendas e os terreiros de Umbanda saúdam Exú e Xangô.
Exu e Santo Antônio são: fé, poder, equilíbrio, trabalho, esperança, encanto, caridade, bondade, solidariedade, sensibilidade, reciprocidade e amor.
Laroyê,
Exu, é Mojibá!
Salve Santo Antônio!
Nossa homenagem e festa para Exu será no próximo sábado dia 16 de junho. Venham comer o pãozinho de santo Antônio e pular a fogueira!
Segue o vídeo do ponto cantado pelo seu compositor e nosso dirigente Ivo de Carvalho.
Texto: Sylvia Helena de Carvalho Arcuri
Texto retirado da página do facebook: Em Defesa da Umbanda
Tudo começou na pequena Paranapiacaba, uma vila pitoresca, com arquitetura e clima que lembra as cidades inglesas do século XIX e destinada à moradia dos trabalhadores da Rede Ferroviária Federal.
As casas – algumas mais simples (onde moravam os trabalhadores mais humildes), outras mais requintadas (que abrigavam os engenheiros da ferrovia, os verdadeiros mandatários da empresa) – eram de madeira, pintadas de um tom entre o vermelho e o marrom, enquanto as de alvenaria, mais simples, eram pintadas de cal com um pigmento amarelo.
Parece que esses detalhes imprimiam um aspecto ainda mais melancólico ao local.
Mas a casa onde dona Lidia morava não se encaixava em nenhum desses quesitos.
Era uma casa extremamente humilde, de madeira, já bem úmida e surrada pelo tempo, a última casa da rua abrigava a boa senhora, o marido e o casal de filhos.
Os fundos do quintal davam para a mata fechada, que era bela, mas trazia alguns problemas, tais como a invasão de animais indesejados (cobras, morcegos, sapos), além de causar uma sensação de insegurança bastante justificável – tipos suspeitos costumavam se esgueirar por aquele local, sabe-se lá com qual finalidade.
Tudo isso deixava dona Lidia apreensiva, pois seu marido, seu Sergio, saía para trabalhar antes do amanhecer e só voltava ao cair da tarde.
Isso a fazia sentir-se refém da situação, junto aos filhos, durante todo o dia.
Em uma triste ocasião, um vizinho maldoso tentou arrastar a filha do casal para o matagal, com as piores intenções.
Só não conseguiu seu intento porque outros moradores perceberam o movimento e agiram a tempo.
A vila era pequena e existiam algumas casas, melhor localizadas, que estavam desocupadas.
Dona Lidia sempre pedia ao marido que solicitasse junto à sua chefia uma outra moradia, mas ele sempre retornava dizendo que o pedido havia sido negado.
Numa atitude de desespero, sem que o marido soubesse, ela pegou os dois filhos e foi São Paulo, tentar conversar com o superintendente da RFFSA.
Após horas de cansativa espera foi atendida. O engenheiro a recebeu bem, ouviu a sua história, mas cordialmente disse que não atenderia o seu pedido.
Explicou que seu Sergio era um excelente profissional e dentro da empresa somente ele dominava a técnica de desenhar manualmente (naquela época era assim) as letras que identificavam os vagões.
No entanto, por ser consciente disso, era um tanto abusado em seu comportamento.
Desrespeitava a hierarquia da empresa, não cumpria corretamente seu horário de trabalho, brigava, discutia com os superiores, enfim, era bom no que fazia, mas não era merecedor de privilégios devido ao mau comportamento.
Dona Lidia foi embora arrasada, deprimida.
Precisava sair daquela casa a qualquer custo.
Sentia um nó na garganta, mas segurou o choro para não abalar as crianças.
Resolveu então visitar uma cunhada que morava ali perto, a fim de desabafar um pouco.
Chegando lá, falou sobre sua angústia e a cunhada, percebendo que ela não estava bem, convidou-a a ir até uma vizinha que era benzedeira.
Lá chegando foram prontamente atendidas e a senhora incorporou uma entidade que se identificou como o preto velho Pai João Benedito.
O bom espírito deu um passe em dona Lidia e seus filhos e, depois de falar palavras de conforto, disse:
“A fia pode ficar sossegada, esse preto velho vai ajudar a fia a conseguir o que precisa”.
Dona Lidia voltou para casa mais leve, já conformada em ter que viver naquela casa velha, úmida e sem segurança.
Mas ao menos sentia que estava protegida espiritualmente.
Algum tempo se passou e a conversa com o preto velho já estava caindo no esquecimento, afinal, como um espírito de um escravo poderia interferir na mudança de uma casa?
.
Uma noite, seu Sergio adormeceu assistindo à TV junto com a filha no sofá da sala.
Dona Lidia cansada do trabalho diário, foi para a cama e colocou o filho mais novo na cama (a casa era tão pequena que todos dormiam no mesmo quarto).
Quando estava quase adormecendo ouviu barulho vindo da janela do quarto.
Seu medo foi tamanho, que ficou paralisada: não conseguia se mover ou gritar pelo marido.
Seu medo aumentou quando lembrou que a cama em que o filho pequeno dormia ficava logo abaixo da janela.
Ainda paralisada e apavorada percebeu a janela se mexer e viu que lentamente alguém a levantava.
Em poucos minutos o ladrão estaria dentro do quarto e, pior que isso, poderia fazer o pequeno menino de refém.
Os poucos segundos pareceram uma eternidade.
Quando enfim a janela estava aberta, um homem negro, de cabelos levemente grisalhos enfiou a cabeça pela janela e olhou diretamente nos olhos de dona Lidia.
Foi nesse instante que ela saiu daquele torpor e conseguiu gritar por socorro. Seu marido acordou assustado e veio correndo.
Nisso o negro soltou a janela, que desceu com violência, quebrando todos os vidros, e sumiu no mato.
A polícia foi chamada e vasculhou todo o matagal sem encontrar qualquer indício do invasor.
A janela mostrava os sinais de arrombamento e, felizmente, os cacos de vidro não causaram sequer um arranhão no pequeno menino que fora atingido pelos estilhaços.
Se tratando de uma vila pequena, o caso se tornou conhecido de todos os moradores.
Todos comentavam sobre a casa no matagal, que expunha seus moradores aos mais diversos riscos.
Diante da situação, os mandatários da RFFSA ficaram preocupados, pois se algo mais grave acontecesse, especialmente às crianças, eles poderiam ser responsabilizados.
Trataram então de ceder uma nova moradia à dona Lidia e sua família, num local mais tranquilo e seguro de Paranapiacaba.
A casa velha e úmida foi demolida. Ninguém mais sofreria nela.
A mudança foi feita. Na nova casa dona Lidia iniciou uma nova vida, mais tranquila e feliz.
Algum tempo depois visitou a cunhada e novamente foi convidada a “tomar um passe” com aquela mesma benzedeira, que de novo incorporou a doce figura de Pai João Benedito.
Após breve conversa, o velhinho perguntou a dona Lidia:
-“A fia está feliz na casa nova?”
Ela respondeu que sim e começou a relatar o ocorrido, quando tentaram invadir a casa, porém foi interrompida pelo preto velho, que disse:
“-Não precisa contar, não fia… eu sei o que aconteceu.
Quem levantou aquela janela não foi um ladrão e nem alguém que queria fazer mal para você e sua família.
Fui eu que estive lá.
Com a confusão que causei os homens que mandam acharam melhor dar uma casa nova para a fia morar”.
Dona Lidia ficou sem palavras, então o preto velho continuou, dizendo que a acompanharia e sempre que precisasse, para chamar pelo seu nome.
Pediu também que ela não esquecesse de colocar um cafezinho para ele todos os dias.
Assim ela fez até o último dia de sua vida.
O filho de dona Lidia, depois de adulto, iniciou-se na Umbanda.
Aos poucos foi desenvolvendo sua mediunidade e recebendo suas entidades.
Quando o seu preto velho se manifestou pela primeira vez, perguntaram seu nome, ao que prontamente ele respondeu:
Sou Pai João Benedito, um nêgo veio que trabalha humildemente na Umbanda.
Acompanho esse cavalo desde que ele era um cabritinho.
A mãe dele foi sempre grata e fiel a mim, nunca se esquecendo de me oferecer um cafezinho num cantinho discreto da sua casa.
Agora eu vim para dar continuidade ao meu trabalho de caridade através desse menino, que eu conheço tão bem e que tantas vezes já orientei e protegi sem que ele nem percebesse.
Assim é a Umbanda: usa de meios que num primeiro momento não entendemos, usa métodos que até duvidamos, mas que sempre objetivam o nosso bem.
Assim são os pretos velhos: trabalham discretamente, de maneira sábia e humilde, sem pedir nada em troca, no máximo um cafezinho, que serve mais para reavivar nossa fé do que para qualquer outra coisa.
Salve Pai João Benedito.
Adorei as almas.
Fonte:Casa da Vovó Maria Rosa
Douglas Fersan
A primeira coisa que todos nós devemos saber é: nenhum terreiro é perfeito, todos eles possuem suas qualidades e defeitos pois trata-se de ambientes compostos por uma comunidade de pessoas, que como todo ser humano possui falhas, são imperfeitas. Portanto, se o seu terreiro não possui algum dos sinais que estão apontados neste artigo, não quer dizer que ele não seja de confiança, esses são apenas indícios de boas condutas dentro do terreno sagrado da Umbanda.
6 SINAIS QUE NOS DÃO CONFIANÇA DENTRO DO TERREIRO
1 – BOAS ENERGIAS
Um terreiro de Umbanda é um local sagrado, onde pessoas que se reúnem para elevar-se espiritualmente. Muitas pessoas, por falta de conhecimento ou informações pré-concebidas, acabam tendo medo do terreiro. Mas com o tempo e o conhecimento do local acabam perdendo esse medo ao se sentir à vontade, num local com boas energias.
Quando um terreiro tem más energias, você costuma sentir aperto no peito, sensação de sufocamento e sai de lá sentindo a cabeça pesada. Se você não sente nenhum desses sintomas no terreiro e, ao contrário, sente boas energias, já é um ótimo sinal.
2 – A CONDUTA DAS PESSOAS
Ao frequentar, preste atenção no comportamento das pessoas no terreiro, do dirigente até a assistência. Se você percebe uma sintonia entre todos, harmonia e paz dentro do local é um bom sinal. O terreiro não é lugar de deboche, de fofocas ou de risadinhas fora de hora. Se na hora da gira perceber alguns sinais como esses, pode significar falta de compromisso por parte das pessoas que estão lá. Mas cuidado com o pré-julgamento, esse tipo de comportamento pode partir de apenas alguns frequentadores e não simbolizar o terreiro como um todo. Os dirigentes devem chamar a atenção de quem pratica ações que não respeitam o terreiro, se perceber que eles procuram evitar essas ações e trazer a harmonia pro local é sinal que a casa é séria.
3 – O COMPORTAMENTO DAS ENTIDADES INCORPORADAS
Preste atenção na forma como as entidades incorporadas agem. A Umbanda possui diversas linhas e práticas diferentes, em algumas delas é natural que as Pombagiras e os Exus façam uso de álcool, cigarros e gostem de gargalhar e esbanjar sensualidade. Mas se o comportamento é excessivo, com presença constante de abuso do álcool ou mesmo sexo explícito, não é um bom sinal. Para saber identificar se existem ou não abusos no comportamento das entidades incorporadas, o melhor é estudar sobre elas e entender sobre os seus comportamentos. Outra boa dica é avaliar se os conselhos emitidos pelos guias transmitem mensagens positivas de paz para o consulente.
4 – A HARMONIA
A curimba é um elemento essencial em um Terreiro de Umbanda. Se no terreiro a curimba toca os instrumentos de forma harmoniosa, ensaiada, afinada é um excelente sinal, pois demonstra respeito e dedicação aos guias e rituais. Pode ser que algum membro da curimba esteja ainda aprendendo a tocar os instrumentos e podem desandar a harmonia dos pontos, isso é natural, ninguém nasce sabendo. Mas esse aprendiz deve ter alguém acompanhando e ensinando como é se faz, isso sim é um bom sinal.
5 – A LETRA DOS PONTOS
A letra dos pontos diz muito sobre as práticas realizadas no local. Os pontos de Umbanda devem transmitir mensagens de paz, de harmonia, de amor. Se as letras fizerem referências malignas, lembrando diabo, satanás ou outras figuras negativas, fique atento. Pode ser que o terreiro trabalhe com algum sincretismo com o diabo da Igreja, já que esses seres não fazem parte do Universo Umbandista. Se não se sentir bem com os pontos, pergunte a algum dirigente sobre a presença dessas referências negativas, se existe o sincretismo. Se não houver, pode não ser um bom sinal, pois os pontos devem trazer elevação espiritual aos freqüentadores e não medo.
6 – ATENÇÃO AO BABALORIXÁ/YALORIXÁ
Essa dica é muito delicada porque depende muito da conduta e da linguagem utilizada pelo Babalorixá/Yalorixá em questão. Se você perceber que ele enfatiza muito o preço da consulta, indica que você realize inúmeros trabalhos para afastar coisas da sua vida e faz promessas de milagres e resultados rápidos, é melhor desconfiar. Essas promessas costuma aparecem quando o assunto é amor ou saúde. Todo trabalho realizado no terreiro é baseado na força da fé e não em promessas.
Texto retirado da página do facebook do CESAP – Centro Espírita Santo Antônio de Padua
Depois das nossas férias anuais e do mutirão de pintura da nossa casa, a Tenda Espírita Pai Mané de Aruanda retoma as suas atividades mediúnicas no próximo sábado dia 10 de março, a sessão será de Mesa, pois também aproveitaremos a ocasião para fazermos a prece de falecimento de Wellington José Dias que nos deixou recentemente.
Esperamos os amigos
Dia: 10/03/2018
Horário: 18h
Sessão: Mesa
Local: Tenda Espírita Pai Mané de Aruanda – Estrada Velha do Piaí, 580 – Sepetiba
1 – Usar branco não é fácil.
Pode parecer que é fácil, mas não é.
Essa cor traz uma responsabilidade enorme. Você terá que aprender a vigiar seus atos, zelar pelo seu espiritual e entender que há irmãos que precisam, naquele momento, mais do que você. Então, você trocará festas, shows, amigos, bebidas e um dia de descanso, para se doar algumas horas para uma pessoa que você nunca viu e provavelmente nunca mais vai ver, mas posso te garantir, vale a pena.
2 – Você é um médium 24 horas por dia e não só no terreiro.
Não adianta você se enganar dizendo que é médium só no terreiro porque você não é. A mediunidade faz parte de você, sempre fez, e isso não vai mudar. Aos poucos você vai descobrir isso e entender que a espiritualidade não é culpada pela sua colheita. Eles te mostram um caminho, mas você tem um livre arbítrio e realiza suas próprias escolhas. Você planta, você colhe.
3 – As entidades não estão ali de brincadeira.
Nenhuma entidade está ali de brincadeira. Todas elas, sem exceção, estão ali para trabalhar, ensinar e também aprender, por isso, ouça-os com atenção e trate-os com muito carinho e respeito.
4 – Exu é uma entidade de Lei.
Você vai entender que Exu não esta ali para brincar, beber, fumar, dar em cima de alguém ou amarrar uma pessoa. Não. Eles não são assim. Exus e Pombo Giras são entidades que trabalham nos planos inferiores sob a Lei do Pai Maior. São eles que nos protegem na entrada, na saída e nas encruzilhadas dessa vida. Alguns são brincalhões outros mais firmes, mas todos carregam consigo a seriedade em seu trabalho, se utilizando somente da energia da bebida e do fumo, nada mais. E se for preciso Exu trabalhar sem a bebida ou o fumo, ele trabalhará, sem dúvidas.
5 – É preciso ajudar e não só participar.
Ser médium e fazer parte de um terreiro não é só chegar no dia da Gira e fazer seu trabalho. Não. Não é assim.
O chão que você encontrou limpo, alguém limpou. A vela que você usou, alguém comprou. O banho que você tomou, alguém macerou. O local que você está, a luz que você utiliza e a água que você bebe, alguém pagou. Então, ajude…
Ajude a limpar quando puder, leve o seu material de trabalho e, toda vez que possível, auxilie na compra daquilo que falta na Casa, colabore com o que conseguir para a manutenção do aluguel, da água e da luz. Não. Isso não é sua obrigação, eu sei, mas também não é minha e nem do Dirigente que ali se encontra. A obrigação é nossa. Nós temos que manter e cuidar do lugar onde nossa espiritualidade escolheu para trabalhar.
6 – Cansa.
Isso eu preciso te falar: Irmão, cansa. Existe um antes, durante e depois, vou explicar:
ANTES de todo e qualquer trabalho, o terreiro precisa ser limpo da maneira correta e as firmezas precisam ser devidamente cuidadas. Você precisará se alimentar de maneira correta, tomar seu banho de defesa, acender suas velas e se direcionar ao terreiro, algumas horas antes do inicio dos trabalhos, para ajudar, tentando permanecer sempre em silêncio.
DURANTE todo e qualquer trabalho, você estará fornecendo e recebendo energias, então, é importante que o processo do ANTES tenha sido cumprido com rigor. Se você for médium de passe, lidará diretamente com energias. Se você for cambono, também lidará diretamente com energias, por isso, em todos os casos e cargos, é importante manter a firmeza.
DEPOIS de todo e qualquer trabalho, é preciso deixar o ambiente limpo de novo, então, pegue a vassoura, a pá, a esponja e mãos a obra. Dia seguinte você com certeza estará com o corpo dolorido, entretanto, digo mais uma vez a você: vale a pena.
7 – Você vai se apaixonar.
Independentemente dos 6 itens acima, você vai se apaixonar. Seja você um cambono, um médium de passe, um médium em desenvolvimento, um futuro sacerdote ou um simples consulente, esteja você na corrente ou na assistência, você vai se apaixonar por essa religião e nada, NADA, vai pagar a sensação de paz que vai te invadir ao receber um abraço sincero de alguém que você nunca viu, ao ver um sorriso no rosto de quem chegou chorando, ao ouvir o mais simples e sincero “obrigado”… Nada vai pagar.