Uso de Guias (colares) na nossa Tenda – 1ª Parte

Na nossa Tenda, as guias são confeccionadas uma a uma e de acordo com as características de cada médium que a receberá, portanto não existe uma guia igual a outra, são únicas. Hoje, repetiremos a série Papo de Terreiro que tivemos com o nosso dirigente há 6 anos. Segue o primeiro vídeo:

Dizer poético da Umbanda – Vovó Catarina da Bahia

Composição: Ivo de Carvalho

View this post on Instagram

Vovó Catarina da Bahia Composição: Ivo de Carvalho

A post shared by Sylvia Arcuri (@sylvia_arcuri) on

PENSE NISSO – LEIS UNIVERSAIS

 

LEI DE CAUSA E EFEITO:

Tudo o que você pensa, fala e faz, volta pra você. Cada palavra, pensamento ou ação enviam para o universo ondas eletromagnéticas fazendo com que se tornem realidade.

LEI DO RETORNO:

A lei do retorno é muito justa:, você pensou em algo e esqueceu, ou e não classificou esse “algo” como ruim, acaba causando o desmembramento de outros fatos igualmente ruins.

Tudo o que se pensa, fala e faz, tem retorno ruim.

LEI SEMELHANTE ATRAI SEMELHANTE:

Cada vez que você envia energias- boas ou más – para o universo, está atraindo energias semelhantes  à sua.Tudo que acontece ao seu redor, você é responsável, inclusive os acidentes, pois as vibrações estão na mesma freqüência.

LEI DO SILÊNCIO:

Cada vez que você critica alguém ou faz comentários sobre brigas de vizinhos, sobre assaltos, problemas pessoais ou ciúmes aumenta a energia negativa que acaba somatizando nos corpos sutis até chegar ao corpo físico, seja como doenças, acidentes, etc. É preferível se calar a a falar palavras negativas.

LEI DA PROJEÇÃO:

Essa lei ocorre quando você se projeta, inconscientemente, no outro. Por exemplo: alguém tem uma qualidade que você admira. É porque você tem essa mesma qualidade guardada no seu subconsciente.

O mesmo acontece quando você não gosta de determinado comportamento ou defeito de uma pessoa, significa que você tem o mesmo comportamento ou defeito dentro de si mesmo e, como não consegue identificá-los, se projeta no outro.

LEI DA DOAÇÃO:

Serve para movimentarmos as nossas energias e assim atrair a prosperidade. Você precisa doar-se para que essa energia de “doação”, que pode ser qualquer tipo, transforme as vibrações negativas em positivas.

LEI DO DISTANCIAMENTO:

É a compreensão de que nada nos pertence, nem mesmo as pessoas de nossa família (pai, mãe, filhos), amigos, animais domésticos  e bens materiais. Tudo é passageiro em nossa vida, inclusive o nosso corpo físico. Devemos amar e estar

presente em tudo que está a nossa volta, porém devemos nos conscientizar, com sabedoria, do desapego amoroso.

Amar é estar presente, mas consciente das Leis do Universo, para não nos deixarmos abater emocionalmente.

 

 

 

 

SER PAI DE SANTO

SER PAI DE SANTO*

*Nosso pai Ivo de Carvalho não gostava de dizer Pai de Santo com a preposição de. Gostava de Pai no Santo com a preposição em mais o artigo O, pois entendia que assim era mais completa e menos arrogante. Saudades do nosso Pai, faz uma falta danada.

 

Autor desconhecido. Quem souber quem escreveu, nos diga. 

Ser Pai de Santo é viver mil vezes em apenas uma vida, é lutar por causas perdidas, é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos.
Ser Pai de Santo é caminhar na dúvida cheio de certezas, é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.
Ser Pai de Santo é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza, é cancelar sonhos em prol de terceiros, é acreditar quando ninguém mais acredita, é esperar quando ninguém mais espera.
Ser Pai de Santo é identificar um sorriso triste em uma lágrima falsa, é ser enganado e sempre dar mais uma chance, é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda.
Ser Pai de Santo é se perder em palavras e depois perceber que se encontrou nelas, é distribuir emoções que nem sempre são captadas.
Ser Pai de Santo é construir castelos na areia, vê-los desmoronados pelas águas e ainda assim construir outros.
Ser Pai de Santo é tentar recuperar o irrecuperável, é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.
Ser Pai de Santo é estender a mão a quem ainda não pediu, é doar o que ainda não foi solicitado.
Ser Pai de Santo é ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções.
Ser Pai de Santo é ser pai dos filhos dos outros e muitas vezes não ser dos seus, é amar igualmente e nem sempre ser amado.
Ser Pai de Santo é ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem, é desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos e fincar a bandeira da conquista em meio à derrota.
Ser Pai de Santo é entender as fases da lua por ter suas própria fases. É ser “nova” quando o coração está a espera de filhos de Santo, ser “crescente” quando estes filhos batem a sua porta, ser “cheia” quando já não cabe tantos filhos no Ilê e “minguante” quando muitos desses filhos vão embora cortando seu coração ao meio com injurias e falsas palavras.
Ser Pai de Santo é voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes coisas que nunca ficarão esquecidas.
Ser Pai de Santo é cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar as suas próprias feridas sangrando e doendo.
Ser Pai de Santo é chorar calado as dores de todo mundo e em apenas um segundo estar sorrindo.
Ser Pai de Santo é subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda, é tropeçar, cair e voltar a andar sozinho.
Ser Pai de Santo é acima de tudo um estado de espírito, é ter dentro de si um grande tesouro escondido chamado FÉ e ainda assim dividi-lo com o mundo, mesmo que o mundo não mereça, sem esperar nada em troca!
* Pai de Santo neste texto se refere a todos os Sacerdotes e Sacerdotisas dos cultos e religiões afro-brasileiras e de matriz africana.

A Chama do Médium

Por Sid Soares

Conversei essa semana com uma simpatizante da Umbanda, estava contente em conhecer a religião, sentia que quando pisava no terreiro estava pisando em sua própria casa, mas tinha o receio de não estar pronta para entrar para a corrente e assumir um compromisso mediúnico, embora tivesse muita vontade de servir, e por isso se colocou a disposição para servir a sopa, olhar as crianças, enfim ser útil, pois não queria deixar essa chama de fé que estava nascendo se apagar.

Falamos sobre a espiritualidade e empatia e disse a ela: não se preocupe você já é umbandista! Lembrei de como há uma euforia para “entrar para a corrente e vestir o branco” ou ser umbandista, ser médium, para ser…

Após toda essa animação vemos tão pouco ânimo para estar “no branco” e compreender que mediunidade é sinônimo de trabalho em todos os sentidos e vai muito além da “roupa branca” ou do “pegar santo”.

A mediunidade começa quando aprendemos a enxergar que a Umbanda se faz dentro das nossas casas, buscando a solução para as nossas mazelas familiares, nossos medos e demônios. Começa quando aprendemos a lidar com os conflitos emocionais que nos cercam no dia a dia. Afinal, como ser útil aos conflitos emocionais do outro quando ainda temos tantos a resolver debaixo de nosso teto?

Mediunidade é adubar todos os dias a sementeira do bem, e não ter receio de tomar nas mãos o cacumbú para limpar dos campos da mente e coração as ervas daninhas da maledicência que muitas vezes adubamos com pequenas palavras, com atitudes equivocadas. Afinal, como cantar aquele ponto de louvação a Oxalá se a minha língua tropeça nos erros do meu irmão?

Mediunidade é ser útil a si mesmo e a quem mais os fios dourados da caridade trouxer ao nosso encontro, e ser médium de Umbanda implica ainda em ser mais caridoso com o diferente, aceitar a própria diferença e enxergar isso no outro, vendo no outro a minha extensão. Como pedir respeito dos que criticam a minha crença, quando não acolho com respeito e compaixão aquele que divide comigo os campos de trabalho?

Ser médium no terreiro é o último estágio, onde não podemos esquecer que a obrigação maior não é atravessar etapas, mas ser ponte e caminho para que os outros passem, é saber que maior que nosso ego é a dor do outro e servir ao outro. Quando esquecemos das vassouras, dos copos e pratos que foram usados para servir a sopa, das dores que chegam sem aviso a casa de fé, deixamos de ser médiuns e passamos a ser chama vazia de nós mesmos e daquilo que achávamos que um dia acreditamos.

A chama de todo médium umbandista é a certeza de que a Umbanda deve caminhar conosco em todos os lugares, em nossa fala e em nossa vida, na nossa casa e no terreiro, afinal ela é a “manifestação do espírito para a caridade” e o médium é antes de tudo um espírito. Acender o gongá da fé sem essa certeza é ser candeia que não alumia, é ser fogo que não aquece.