
Sinceramente fio, nega veia se espanta com tanto grito e agitação vinda dos fios dela. Entende que oceis são tudo criança, mas fica espantada como oceis esquece rápido o caminho por onde passaram.
Esqueceram que vieram amarrado em corrente se afogando no mar? E nessa hora que parecia num acabar nunca, o que oceis fazia para ter força de vencer e acreditar que tudo ia passar? Oceis cantava!
Murmurar num resolve, o que resolve é aquieta o pensamento para poder fazer uso do bom senso que Nosso Sinhô deu pros fio. Sunceis que viu tanto fios nasce em meio as dificuldade do todo dia, sempre achavam um jeito de sorrir e cantar, estão perdendo isso?
A riqueza de um quilombo é os fios que vive nele, e oceis tem entre oceis tudo que precisa, tem no Povo de Nega Veia receita e conserto pra tudo, mas se o zoio dos fio teima em oiá pra confusão que o contrario faz, num vai nunca se prepara pra quando tive chance de mudar alguma coisa. As vezes o vespeiro cai de um galho, e os fio cuida de oiá só pra ele, ouvindo o zum zum zum das vespa, sem percebe que tem fogo queimando a mata inteira.
Quando o barulho das ondas era alto e fazia ranger as tábuas do tumbeiro, mais forte era o canto do nosso povo. O que aparecia ser a revolta das águas, era Iemanjá chorando junto e cantando que tudo passa, tudo. Mas a mãe, ela sim tá sempre com os fios porque ela sabe que o que adoece os fio, é o medo!!!
Mãe Conga
Volta Redonda
18 de abril de 2020