Zygmunt Bauman fala sobre o Sagrado*:
“o sagrado é um conceito notoriamente vago e altamente controverso e é muito difícil ter certeza, e ainda mais concordar, quanto àquilo de que estamos falando […] a percepção de que não está ao alcance dos seres humanos apreender, entender, assimilar mentalmente o impressionante poder que se manifesta na simples grandiosidade do universo. Pascal descreveu esse sentimento, e sua fonte, de maneira impecável:
Quando considero a breve duração da minha vida absorvida na eternidade que vem antes e depois… o pequeno espaço que ocupo e que vejo ser engolido pela infinita imensidão dos espaços de que nada sei e que nada sabem sobre mim, fico amedrontado e surpreso por me ver aqui e não ali, agora e não depois.**
Esse universo escapa a todo entendimento. Suas intenções são desconhecidas, seus “próximos passos”, imprevisíveis. Se existe plano ou lógica preconcebidos em sua ação, decerto escapa à capacidade de compreensão humana…”
*Citação extraída do livro:
BAUMAN, Zigmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005, p. 77-78.
Concordo com a minha amiga Renata Penajoia quando afirma que o sagrado é uma questão de fé, ou você acredita ou não, assim simplesmente. Não é uma questão de convencimento.