Conversa de Terreiro IV


OGÃS

 

São aqueles que cantam, os responsáveis pela orientação das curimbas (cânticos) e os que tocam atabaques.

 

ATRIBUIÇÕES DO OGÃ

  • preparar o atabaque;
  • cuidar do atabaque;
  • puxar todas as curimbas do terreiro, mediante a orientação do Babalorixá.  O Ogã precisa ser feito no santo para saber diferenciar os toques próprios de cada Orixá e falange;
  • conhecer os pontos da gira mediante a orientação do Babalorixá;
  • preparar novos Ogãs, ensinando-lhes o uso e o trato dos atabaques.

 

TIPOS DE OGÃS

A palavra “Ogã” significa originalmente “aquele que bate, toca e canta”. Entretanto, com o passar dos tempos, torna-se cada vez mais difícil achar um Ogã que ao mesmo tempo “bata” corretamente para todas as vibrações e igualmente cante. Então surgiram as denominações:

  • Ogã de canto – aquele que só emite as curimbas;
  • Ogã de atabaque – aquele que “bate” em busca das vibrações;
  • Ogã de caboclo – embora já não seja mais realizada, a preparação do Ogã de caboclo refere-se a uma segurança muito importante para aqueles que, pelo toque dos atabaques, atraem as diversas falanges.

 

Normalmente, o Ogã não desenvolve sua mediunidade de incorporação, julgando muitos que até não a possua, embora na maioria das vezes tal fato não seja verdadeiro, pois, quando um médium se dedica mais a um tipo de mediunidade, os outros tipos diminuem, não significando que não existam. Assim , batendo e cantando para os Orixás e falanges, o Ogã torna-se um imã importantíssimo. Dessa forma, há necessidade de preparação, não pura e simplesmente como Ogã, que é amplamente realizada, mas sim no tocante ao assentamento do seu guia-chefe.

Todo médium tem um guia, mesmo que não tenha a mediunidade de incorporação desenvolvida  e assim,  para o Ogã, além da preparação normal, ou seja, o cruzamento para todos os Orixás e falanges, deve haver o assentamento para o seu guia-chefe, que deverá ser identificado pelo Babalorixá ou Ialorixá, o que permitirá maior firmeza ao Ogã, isolando-o de qualquer negatividade.

Os atabaques são chamados de Ilú na nação Ketu e Ngomana nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum,Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.No Candomblé Jeje os Ogãs são classificados como:

PEJIGAN que é o primeiro Ogã da casa Jeje. O mais velho de todos os Ogãs é geralmente o mais sábio.

RUNTÓ é o segundo, que é o tocador do atabaque Rum.

AXOGUN é um ogã de suma importância no Candomblé, pois é o responsável pela execução sacrificial dos animais votivos, e é um especialista no que faz.

 

No Candomblé Ketu os Ogãs são classificados como:

ALAGBÊ – O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão.

OGÃ GIBONÃ – Zelador da casa de Exu, outro ogã de suma importância, pois seus conhecimentos ajudam na firmeza da casa.

OGÃ APONTADO – Pessoa apontada como possível candidato a Ogã. Equivalente ao Ogã suspenso.

OGÃ SUSPENSO – Pessoa escolhida por um Orixá para ser um Ogã, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogãs da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas as obrigações para ser um Ogã.

Há também outros Ogãs como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé.

 

No Candomblé Bantu os Ogãs são classificados como:

Tata NGanga Lumbido – Ogã guardião das chaves da casa.

Kambondos – Ogãs. Kambondos Kisaba ou Tata Kisaba – Ogã responsável pelas folhas.

Tata Kivanda – Ogã responsável pelas matanças, pelos sacrifícios animais (mesmo que axogun).
Tata Muloji – Ogã preparador dos encantamentos com as folhas e cabaças.Tata Mavambu – Ogã ou filho de santo que cuida da casa de Exu (de preferência homem, pois mulher não deve cuidar porque mulher menstrua e só deve mexer depois da menopausa, quando não menstruar mais, portanto, pelo certo as zeladoras devem ter um homem para cuidar desta parte, mas que seja pessoa de alta confiança).

Xicarangoma – O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão

 

Um comentário em “Conversa de Terreiro IV

  1. Boa noite,
    Eu sou médium e meu baba morreu faz 11 anos, antigamente ele organizava uma festa de Ogum dentro do terreiro (sou da umbanda tradicional), com procissão, com pessoas vestidas de soldados que formavam um paredão para esperar o Ogum dele chegar. Isso tudo com as espadas nas mãos estendidas…. só q hj em dia não fazemos mas pq não sou desse tempo e as pessoas mas velhas não lembram. Gostaria de pedir se podem me fazer esse favor, de me dar uma luz a respeito da ordem de cada um, de como fazer as apresentaçoes, quero fazer em surpresa a todos no terreiro, desde já gde abraço e obrigado

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